- Publicação: Revista FastCompany
- Quem fez: Paul J. Zak, “neuroeconomista” e pesquisador americano
- Instituição: Universidade de Claremont, nos Estados Unidos
- Dados de amostragem: O estudo americano analisou a quantidade de ocitocina produzida pelo cérebro de um jornalista, enquanto ele atualizava o seu Twitter.
- Resultado: Os níveis do hormônio, responsável pela sensação de segurança e relaxamento, aumentaram 13,2% após 10 minutos de experiência.
Interagir com as redes sociais, em especial com o Twitter, pode estimular sentimentos de segurança e reduzir a ansiedade. Segundo um estudo realizado nos Estados Unidos, a reação ocorre por causa da elevação dos níveis de oxitocina no cérebro.
A experiência, conduzida por Paul J. Zak, “neuroeconomista” e pesquisador da Universidade de Claremont, foi realizada com Adam Penenberg, repórter da revista FastCompany. O objetivo do estudo foi medir a quantidade de oxitocina, hormônio responsável pela sensação de segurança e relaxamento, na corrente sanguínea do jornalista, enquanto ele “tuitava”.
A análise de caso comprovou que, após 10 minutos interagindo com o Twitter, os níveis de oxitocina no sangue aumentaram 13,2%, a mesma variação encontrada em um noivo no dia de seu casamento.
Embora o resultado não seja conclusivo, tendo em vista que nao há amostragem, a experiência prova cientificamente que as redes sociais podem provocar mudanças químicas no organismo.
Muitos estudos sobre a influência das redes sociais na vida das pessoas já foram realizados, especialmente depois que os sites ganharam popularidade em todo mundo.
Segundo o psicólogo Cristiano Nabuco de Abreu, coordenador do projeto Dependência Digital, do Instituto de Psiquiatria da USP e Hospital das Clínicas, o estudo americano é um relato de caso e não deve representar nenhuma evolução para a comunidade científica. No entanto, o especialista ressalta que as redes sociais realmente têm um grande impacto na vida dos indivíduos ao funcionar como uma espécie de regulador de humor.
Abreu destaca que não é de seu conhecimento outras pesquisas que associem a oxitocina a sites como Twitter e Facebook. Para ele, mudanças comportamentais são frequentes em pessoas que fazem uso patológico das redes. “Uma senhora de 52 anos chegou ao Hospital das Clínicas apresentando quadros de depressão. Durante o tratamento descobrimos que ela acordava todos os dias, às 4 horas da manhã, para colher morangos em sua fazenda virtual, no FarmVille”, conta o especialista. E Abreu ainda diz que os sites de relacionamento que mais causam dependência são aqueles que estão em moda.
Ao contrário do que sugere o estudo de Paul J. Zak, uma pesquisa realizada pela Universidade Stony Brook, em Nova York, afirma que algumas ferramentas e novas tecnologias, se utilizadas para debater e remoer desapontamentos emotivos, podem levar garotas adolescentes à depressão e obsessão.
Especialista: Psicólogo Cristiano Nabuco de Abreu, pesquisador do Instituto de Psiquiatria da USP e Hospital das Clínicas.
Envolvimento com assunto: Abreu é coordenador do projeto Dependência Digital e recebe frequentemente casos de pessoas que fazem uso patológico da internet.
- Conclusão
Ainda é cedo para dizer que “tuitar” pode causar no corpo as mesmas reações do prazer sexual ou de um parto. É fato no entanto que, apesar de divertido, o Twitter pode causar dependência. Portanto, leitores, sejam prudentes e “tuitem” com moderação.
(Por Renata Honorato)
Fonte: Revista Veja
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